terça-feira, novembro 29, 2005

Fado do Novo Dia

Ter por companhia uma guitarra
Para cantar este meu fado
Para brindar ao novo dia
Que seja o dia esperado
Ao nascer do novo dia
Dedico estas palavras
Que venha em harmonia
Que nos traga a ousadia
De querer ser mais e melhor
Aqui me vejo no cais
De chegada e de partida
Remando contra a maré
Com rumo directo à vida
E quando o sol brilhar
Com toda a sua alegria
Por aí vou caminhar
Pensando em encontrar
A Dona... Felicidade
As ruas desta cidade
São as veias do meu ser
E antes que o sol se vá
O sol eu quero aprender
Poema e música de jm, criados numa noite de verão em 1985.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Agradecimento

Há quem diga que "olhos que vêem, vêem cedo", mas isso não aconteceu comigo nem com a maior parte dos pensadores e investigadores. Mesmo os olhos da ciência parecem só agora começar a abrir envergonhadamente.
Desde que comprei o computador, há cerca de três anos, tenho recebido centenas de mails que circulam na net reenviados por amigos, e tenho, tal como vocês, assistido à degradação da nossa qualidade de vida. A comunicação permitida pelas novas tecnologias faz-nos aperceber de realidades próximas e distantes que por vezes completam o "puzzle". Como eu quero acreditar que vivemos numa democracia, tomei a liberdade de partilhar estas ideias convosco.

terça-feira, novembro 22, 2005

A Sociedade do Conhecimento

Como será?...
Como será um dia em que as distâncias não existam
E todos nos dedicarmos a aprender
Com as nossas verdadeiras raízes
Com a riqueza do que existe
Do passado e do presente na humanidade?

Ah! O dinheiro

Este é o meu primeiro mês de Bloguista. Talvez vá parar um pouco e esperar pela conta, pois não quero ser surpreendido. Até sempre!!

segunda-feira, novembro 21, 2005

A 1ª comunhão

Era um domingo em que o sol aquecia as margens do estuário. Os três amigos passeavam pelas ruas da localidade que já pedia para ser vila. Nas suas melhores roupas, sentaram-se ao sol nas escadas da igreja cujo padroeiro é S. José Operário. Os sinos tocavam e as pessoas bem vestidas entravam." Vamos à missa?","Oi! Deixa-te disso","Por mim, tudo bem". Calaram-se de repente, olharam uns para os outros e desataram a rir de felicidade. Falaram de banalidades durante mais um bocado e levantando-se, foram entrando. Sentaram-se no banco mais distante do altar no momento em que os crentes faziam uma fila para tomar a hóstia. "Vamos também?", "Ai,ai!...","'Bora". Colocaram-se na fila e, quando chegou a sua vez, ajoelharam-se e esticaram um pouco a língua para que o padre colocasse uma rodela branca, sólida e fina, que se desfazia lentamente com a saliva. Caminharam para o lado e encostaram-se à parede, enquanto o fumo que saía dos utensílios de prata criava um ambiente místico. "Sinto-me tonto", "Oi!O que é isso?", "Vamos embora". As pernas fraquejavam enquanto, calmamente, os amigos o seguravam por debaixo dos braços e saíam para a rua. Sentaram-se no mesmo sítio onde estavam, olharam uns para os outros e começaram, primeiro os dois, e depois os três, a rir

A solidão

Iaiôoooooo!! Arriba! Arriba! Eu sou o solitário...!!

A escuridão

Nesta meia hora em que faltou a luz aproveitei para fazer uma meditação profunda. O silêncio foi amigo e por momentos lembrei-me desta história.
Toquei num grupo em que o viola baixo tinha um chinó. Um dia,quando regressávamos de um serviço, já cansados, ele deixou-se dormir no banco da carrinha e alguém lhe virou o chinó. Quando acordou ele disse" Eh pá! Tou às escuras! Tou cego!"

Cartas ao Pai Natal V - Sário Moares

Pai Natal
Acordei agora da sesta.
Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto… Olha pá faz as malas.
Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.

Assinado:
Sário Moares(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)

Cartas ao Pai Natal IV - Manuel Triste

Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada.
Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Moares a tua rena páre
E solte bosta.
Um imponente cagalhão.

Assinado: Manuel Triste

Cartas ao Pai Natal III - Françã Loucisco

Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa.
Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.

Assina: Françã Loucisco

Cartas ao Pai Natal II -Inábil Savaco Cilva

Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.

Assina o Professor Doutor: Savaco Cilva

Cartas ao Pai Natal I - Serónimo de Jousa

Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevara's não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos
Viva o Natal dos operários!

Assinado pelo candidato: Serónimo de Jousa(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)

Estética, Ética e Política

Tudo aquilo que nós fazemos, dizemos ou pensamos tem sempre uma carga ética, estética e política, muitas vezes desequilibrada. O pensamento político, nos nossos dias, ocupa o 1º lugar, seguido da ética e só depois vem a estética. Acontece então que os valores materiais sobrepõem-se a outros mais interiores e genuínos que verdadeira e intemporalmente dão felicidade.
Eu sempre procurei dosear estas 3 directorias procurando conhecer em mim os 3 sujeitos.

Momento Publicitário

"Lá na rua da Vitória, 46, 48 (bis)
Satisfaz-se plenamente o cliente mais afoito (bis)
Porque a Rádio Vitória é a embaixada do bom gosto (bis)
O cliente é bem servido e sai sempre bem disposto (bis)"


"Dgi colónia é o leitge
Qui você devi usar
Leiti dgi colónia
Pra béleza realçar"

domingo, novembro 20, 2005

O "balão"

Os 3 sentados à mesa, encostada à parede, jantavam em silêncio."Fulano foi no balão" disse o homem,"Coitado! Agora que nasceu a filha..."lamentou a mulher. "Eu disse-lhe para tomar cuidado com as companhias, mas ele é um fala-barato" continuou ele "se continua assim ainda vai preso". Silêncio."Filho, nunca queiras ir para a política!". A criança não respondeu porque olhava fascinada para a luz do candeeiro e para os desenhos que os fumos do petróleo iam traçando na chaminé de vidro.

Outro dos Gurus

" É preciso muito boa vontade para que se chegue a tê-la." ( Prof. De Rose)

Os "bufos"

"Então! Tás bom", dizia o falso amigo para o rapaz."Tou. E tu?","Também, ouve lá, já outro dia era para te dizer isto, mas estava muita gente", "Diz lá pá! Agora estamos sózinhos"," Tu não queres ser agente secreto ?"," Como, tipo 007 ? ", disse o jovem a rir."Não, a sério, com cartão e tudo, com a tua foto". O jovem ficou calado, a pensar por uns momentos."Tens é que denunciar aqueles que ouvires dizer mal do governo" disse o outro. "Mesmo os meus pais?" "Sim, claro, e como és agente secreto não revelas a tua identidade". O jovem olhou para o outro quase incrédulo e disse com voz firme "Não. Assim não dá! Não quero!". E afastou-se rua abaixo a assobiar.

sábado, novembro 19, 2005

A Saúde

Fui com a minha mãe a um médico que, depois de a observar e aos exames, lhe passou mais 2 (um de ressonância, e outro que não consigo lembrar o nome) avisando-nos logo que eram exames caros (400 contos) e que não sabia se a caixa os iria pagar. Ao consultarmos o médico de família para nos passar os exames, ele informou-nos que teríamos de os pagar, sendo depois o dinheiro devolvido.

A nossa população é composta na maioria por idosos e cada vez nascem menos crianças. A maior parte dos idosos são aqueles que viveram durante estes 30 anos numa classe média(baixa no caso dos meus pais) e cuja evolução social lhes permitiu, primeiro fazer algumas poupanças, e por fim, foram-se adaptando a tempos cada vez mais difíceis.
Sabendo isto, os economistas que têm um olhar frio e insensível a defender este modelo actual e nos enganam com falsos números, resolveram aniquilar aqueles que já não produzem, pois sabem que desistirão com as dificuldades, através de reformas de miséria, aumento da idade de reforma, e má prestação dos serviços de saúde. Mas, antes de abalarem, os idosos têm de deixar, na algibeira dos patrões daqueles, o pouco que ainda têm.

Nós por cá

O autor deste blog no Exporádico em 2001 com alguns inconformados.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Grupo Vozes da Pradaria

Carregue aqui, http://svt.se/hogafflahage/hogafflaHage_site/Kor/hestekor.swf, e seja você próprio o maestro!!

A Sabedoria

O conhecimento nunca conseguirá expressar aquilo que a sabedoria cala.

A ignorância

Costuma-se designar por ignorante uma pessoa que não perceba nada de um assunto específico e, ao expor ideias sobre ele, caia no ridículo. Ao contrário do analfabeto, que normalmente se cala, o ignorante quando se apercebe do seu papel sofre com isso, mas, por norma, não segue os caminhos que lhe trariam a experiência e o conhecimento. Costumam ser pessoas obstinadas e com grande dificuldade em ouvir os outros, principalmente quando eles têm ideias novas, que vêem sempre como um ataque à sua caduca existência.

Os Alunos Beneméritos

Só quando soube que tinha vaga na AAM é que assinei o contrato de rescisão com a empresa onde trabalhei durante 17 anos e onde a minha vida tinha caído numa rotina que me começou a desagradar. Era um bom emprego, e eu pude, durante esses anos, ler, estudar,escrever e conviver com uma realidade que me enriqueceu. Mas, senti também muitas outras coisas que me desagradaram e por isso o meu destino não podia desaguar ali...
Depois de esperar meses, foi-me comunicado que sim, que podia começar, pois havia uma turma onde tinha desistido alguém. A minha 1ª professora de piano era uma velhota com oitenta e tal no seu último ano de trabalho. As outras, de Formação Musical e Classe de Conjunto, eram jovens e muito competentes. No final do 1º ano passei para o 3º, e no ano seguinte para o 4º em piano e para o 5º em FM. No ano seguinte, e num "complot" muito bem disfarçado, onde me senti injustamente traído, chumbaram-me. Depois compreendi que o ensino era privado e não podia ser assim.
Os alunos beneméritos eram chamados assim pela Manuela e pela Maria João, porque nunca estavam nas aulas, e cujos pais pagavam com esforço as caras propinas.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Os Medos

Era uma vez uma cobra gigante que aterrorizava as pessoas de uma povoação perto da floresta. Os homens viveram durante muitos anos sem conseguir defender-se do monstro, que tinha especial preferência por jovens. Todos os estratagemas tinham sido inúteis para travar o apetite voraz do bicho.
Até que um dia, um jovem adulto, que tinha vivido até ali a pensar no problema, pediu para falar e disse que sabia como derrotar a fera. Pediu apenas que o ajudassem a fazer uma armadura com carapaças de tartaruga e dois punhais bem afiados.
Com a sua armadura improvisada e um punhal em cada mão ele entrou no covil. O monstruoso animal assim que o viu, abriu as suas grandes mandíbulas e engoliu-o, enquanto ele se protegia com a armadura e apertava com força os punhais. Lá dentro, ele largou a armadura com esforço, e, ainda com mais esforço , foi cortando a cobra até a matar e sair ileso de dentro dela.

Homenagem a Jesus Cristo

Tanto pregou, tanto pregou, que foi pregado.

O Zeca

O silêncio do salão era apenas perturbado pelo bulício do exterior, mas quando o jovem deu uns passos em frente, apercebeu-se de sussurros por trás das cortinas do palco. Nesse momento viu-a. Ela estava deitada em cima de um monte de colchões verdes, brilhante e sedutora.
Com passos cautelosos aproximou-se dela, mirou-a nos seus mais íntimos promenores e jogou a mão para lhe tocar, mas um sussurro mais alto fê-lo hesitar. Sentou-se ao lado dela e olhou-a com carinho desejando um dia ter uma igual. As mãos começaram a acariciar as suas curvas evitando tocar nos pontos que a fariam gemer e que certamente alguém ouviria. Mas, o envolvimento era tanto que ele não resistiu e tocou com a ponta do dedo na corda Mi. No silêncio, e naquela situação, aquilo foi como um trovão. Imediatamente apareceu um Homem que sorriu para o jovem e lhe perguntou : " Também és guitarrista?", o jovem corou e disse:"Desculpe, eu...", "Deixa lá, um dia vais ter uma" e afastou-se com a guitarra na mão, novamente para trás das cortinas.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Eu e a "Nós"

Na sequência da minha aprendizagem, estou a dar aulas de musicoterapia a crianças
deficientes.Este excerto de um mail que me mandou o meu amigo Rui Augusto, é dedicado a todos eles.

"Há alguns anos atrás, nas Para-Olimpíadas de Seattle, 9 atletas, fisica ou mentalmente debilitados, estavam prontos na linha de partida dos 100 metros. Ao disparar da pistola iniciaram a corrida, não todos correndo, mas todos com vontade de chegar e vencer.Enquanto corriam, um dos concorrentes caiu na pista, deu umas cambalhotas e começou a chorar. Os outros ouviram-no chorar, abrandaram e olharam para trás... Todos!
Pararam e caminharam para ele.Uma menina com a síndroma de Down sentou-se perto dele e começou a beijá-lo e a dizer-lhe: "Agora estás melhor?". Então, abraçaram-se todos e os nove caminharam em direcção à meta. No estádio, todos se levantaram e aplaudiram durante vários minutos".

O silêncio é terrível

A violência

"Algibeira esquerdireita!!". Eram 3 míudos sujos e mal vestidos, que barraram o caminho à criança que vinha pela 1ª vez sózinho, no seu 1º ano escolar. Claro que não encontraram dinheiro nem qualquer outra coisa no forro das algibeiras que puxaram para fora, nem fios, anéis ou relógio. Apenas levaram o lanche que ele, por preguiça, não tinha comido.

A mulher caminhava tão decidida com o filho pela mão, que dificilmente este acompanhava os seus passos. Ao chegar à porta da taberna disse para o homem, que bebia vinho com os amigos: "Então, não vens para casa?" "Já vou", "Anda, vem já", "Já vou!", "Não abalo daqui sem ti", "Vai lá que eu vou já!!", "Não!! Só vou contigo!". Sentindo o seu orgulho de macho ferido, frente aos amigos e outros, o homem bateu com violência com a palma da mão no balcão de mármore e disse: "Ah é ? Então vamos lá para casa. Tiófilo, quanto se deve?"

Ajudar Positivamente

Contribuindo sem qualquer interesse, senão o prazer, através de ideias concretas e bem fundamentadas, para que, quem decide, possa comparar essas ideias com as suas e com as do acessor do partido, e ter um leque de escolhas que permita tomar a melhor decisão.
Penso que é essa a função mais nobre que os blogues poderão vir a ter.
Até aqui era fácil enfiar a cabeça na areia.

A Revolução Sexual ( História de Maria)

Maria escandalosa
Desde criança sempre deu operação
Na escola, não dava bola,
Só aprendia o que não era da lição.

Depois a Maria cresceu
Juízo que é bom encolheu
Que a Maria escandalosa
É muito prosa, é mentirosa, mas é gostosa.

Hoje ela não sabe nada
De História, de Geografia
Mas seu corpo de sereia
Dá aula de Anatomia.

terça-feira, novembro 15, 2005

A IV República

Numa altura em que os meios de comunicação social quase agridem a inteligência dos cidadãos mais sensíveis, terminou em Alcobaça o inédito julgamento do autor do blogue "Do Portugal Profundo".
António Caldeira, absolvido das acusações, declarou à saída do tribunal que "É uma vitória da cidadania e da blogosfera contra o abuso de poder", e prometeu "continuar a lutar pela liberdade de expressão e contra a intolerável pressão do poder político".
No seu post de ontem, reafirma as linhas que tem vindo a seguir: Verdade, dignidade do Estado,
autonomia do poder judicial face ao poder político, liberdade, democracia, Democracia Directa.

Song For My Mother

Minha querida mãe, agradeço-te do fundo do coração por me teres moldado as formas com que nasci. Sabes, tu e o meu pai foram durante muitos anos as pessoas mais importantes para mim.
Ainda bem que nasci e cresci numa terra perto do mar onde se ouviam os pássaros e as ondas em simultâneo. Aqui há dias, quase consegui recriar esse ambiente perto do antigo moinho da Charruqueira.
Quando começamos a andar e a crescer,mãe, (onde é que eu já ouvi isto ?) uns vão mais devagar (olá Silvestre), outros mais ou menos, e alguns mais depressa, tal como as vozes desta música que fiz e te dedico. Claro que assim, as pessoas, tal como as vozes, não ligam lá muito bem, quanto a mim só aparentemente, porque se ouvires com atenção vais ouvir uma diversidade rítmica interessante. Tal como nós, que temos que acertar as agulhas na direcção correcta, de forma que , em paz , consigamos atravessar esse teu deserto que é a velhice.
Que os sons desta música te ajudem a sorrir e a encontrar a paz de que tanto precisas.
Deste teu filho que te ama.

(Para ouvir a música carregue aqui e selecione o tema nº 10 )

Ouvir Melhor

Tal como com os livros, em que penso ter mais interesse ler muitas vezes o mesmo, do que ler muitos, a música deve ser ouvida várias vezes, até nos ser familiar. Num caso ou noutro, podemos assim, realmente, apreciar as sensações que a literatura ou a música proporcionam.
É por isso que tenciono ir colocando os temas que eu mais gosto, meus e de outros, em Ouvir Música!, sem apagar os que já lá estão.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Os Amigos do Horácio

Quando fui estudar para a Escola de Jazz do Barreiro, foi no ano da sua criação. Foi o "Batata" e o Zé Eduardo( excelente contrabaixista da nossa praça) , que foram os mentores do projecto, apoiados por um vereador da cultura acima do dó central.Por desentendimentos, o Zé saíu e veio liderar a escola o Nuno Ferreira, guitarrista nascido no Barreiro, e um dos mais conceituados novos músicos de jazz . Durante seis anos, e até também ele se ir embora, aprendi muita coisa com eles os dois, principalmente no plano teórico.
Era normal ter uma banda onde pudesse treinar os temas que aprendia na escola, e comecei a trabalhar com o meu filho Rui,no baixo, e com o Pedro na bateria. Um dia, no moinho de maré, numa das organizações da CACAV, juntámos o trompete do Ti Horácio, músico e corticeiro já falecido, e a guitarra do Rui A Guiar, ficando o trio a chamar-se , a partir daí , Amigos do Horácio.

domingo, novembro 13, 2005

Entardecer em Vila Nova de Milfontes.

Os "bétinhos"

Na Baixa da Banheira, conhecida por Xangaio, no final dos anos 60, havia uma diversidade de culturas que se encontraram devido às várias fábricas que se concentravam neste distrito, servindo de dormitório para milhares de famílias, que viviam em pátios sem luz nem esgotos, alugados por aqueles que já tinham algum património. O comércio e os serviços prosperavam pois chegava cada vez mais gente e até hoje não parou de crescer.
Os "bétinhos" eram aqueles que vestiam melhor, pertenciam ás famílias mais prósperas, e tinham uma liberdade muito controlada.
Foram esses que depois de 25.04.74 foram, por sua vontade ou não, para as associações de estudantes.
Os pategos como eu, que não eram "bétinhos", diziam em ar de gozo:" uec,uec,uec,abriu a caça aos patos!!"

O Espectro

A harmónica é talvez, depois da voz, o instrumento musical mais directo e permite uma expressão profunda dos mais variados sentimentos.
Tive um amigo bastante mais velho que tinha vindo da guerra do ultramar e tocava duma forma impressionante. Já de maior idade, lembro-me de uma tarde memorável em que os sons da guitarra e da harmónica resplandeciam nas espirais do fumo de uns cigarros que ele trouxe de Angola.

A lei

"Depressa!!Esconde as cartas!Vêm aí os Gémios","Guarda o isqueiro!!Vá...cara de santinhos". Eles passavam, autoritários, com o barulho compassado do andar e o tilintar metálico das algemas, enquanto alguns mais novos arriscavam um sorriso.
Eu cresci a pensar que a lei era imutável, e para se respeitar cada vez que tivesse que agir em comunidade, tendo a minha própria lei na intimidade.

Diálogos Lusófonos (cont.)

"... muito bom, como a maior parte das obras do Fausto. Um dos melhores músicos da música popular portuguesa, mas bastante marginalizado pelo poder e pelos mass media, em Portugal.

Aliás, toda a música portuguesa (e de expressão portuguesa) é bastante preterida, na generalidade, pelas principais antenas de rádio e televisão que preferem a música anglófona. A isto, decerto não será estranho o grande poder da indústria musical anglo-americana, que acaba por trazer vantagens do ponto de vista económico, a quem se dedica à sua comercialização.

A percentagem de trabalhos de música portuguesa que passam na rádio e televisão nacionais atingem, de resto, percentagens ridículas, com cotas muio abaixo dos 10%. Ao que parece, ninguém se mostra muito interessado em abordar o assunto, sobretudo da parte dos órgãos de poder, ocorrendo muito de vez em quando um debate televisivo sobre o assunto, sempre com muita gente indignada com a situação, mas rapidamente tudo se esquece.

Existe até legislação que pretende salvaguardar os interesses da música nacional, mas também ninguém está muito preocupado em fazê-la cumprir.

Não sei como se passa nos outros países lusófonos, mas no que diz respeito ao panorama musical, parece-me evidente que o Estado Português vai prestando um serviço muito deficiente, no que toca à defesa dos interesses da Língua Portuguesa.

Vocês não acham?"

sábado, novembro 12, 2005

O Ginasta


Desenho em computador de jm.

A igreja e o futebol

Os meus pais emigraram nos anos 50, numa altura em que se passava fome no Alentejo. Cabeção, Mora, é uma zona bonita com muitas ribeiras e vegetação, e como o nome indica, situa-se num cabeço. O meu avô materno Zé Caçador, foi caçador durante muitos anos e lembro-me da casa lá no alto, no adro, cuja porta abria precisamente centrada com a da igreja.
Com 3 anos, fui com o meu avô ao clube, filial do Benfica, e estava a dar um jogo na televisão. Sentámo-nos num banco corrido e a emoção dos assistentes era tanta que, ao haver golo, o banco partiu-se e eu e o meu avô ficámos debaixo de meia dúzia de pessoas.

Conversas em família

"Ó mãe, este senhor não é da nossa família pois não?"

sexta-feira, novembro 11, 2005

Diálogos Lusófonos (cont.)

Quando há uns anos a Amália cantou um fado chamado "Fado Português", com letra de José Régio e música de Alain Oulman, saltaram os puristas gritando aqui del rei isso não é fado, hoje é um clássico de história do fado.
O "fado português" é aquele que diz assim

O Fado nasceu um dia,quando o vento mal bulia e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,meu chão, meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos que beija o ar, e mais nada,que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,à proa de outro veleiro velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,que, estando triste, cantava.

Um abraço Luis Maia

dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br,

Pode dançar-se o fado, mas não é usual fazê-lo. Normalmente acontece e até é tradicional que aconteça, em espectáculos como por exemplo o teatro de revista, ou nalguns musicais que possuam números dedicados ao fado, alguns deles serem acompanhados com passos de dança.
Perceba-se que o fado é uma moda "intimista", é um canto de alma,claramente lhe respondo que não se deve falar, nem fazer ruído, mas dir-lhe-ia o mesmo se estivessemos a assistir a uma sessão de declamação poética, ou , comparando, se num concerto do Vinicius de Morais, Toquinho e Betânia ou Maria Creuza houvesse um grupo de ruídosos bem bebidos na primeira fila, que fazíamos ? (Copo mesmo só no palco o do Vinicius).
Não há tese objectivas sobre as origens do Fado, mas está concerteza enquadrado no triangulo Atlântico (Africa-Brasil-Portugal) e é fantástico as semelhanças por exemplo com as mornas de Cabo Verde como assisti há dias naTV a um "casamento musical", com a voz da Ana Moura (nova vaga) e uma cantora cabo-verdiana. Conhece uma coisa gravada pelo Martinho da Vila(fantástico) mais a nossaKatia Guerreiro que se chama "Dar e receber", outro "casamento" magnífico entre a voz açucarada e malandra dele e a resposta "fadista" da Katia ?

Excerto de um mail da CEAV. Sabem que há um músico e compositor que mora cá, que compôs um dos temas do album da Ana Moura? Chama-se Carlos Viana .
Ontem encontrei um amigo cá da terra, jornalista,músico, que me convidou para ir ver um espectáculo ao Forum da BB. Eu aceitei e fomos ver um óptimo concerto a solo do acordionista John Galliano. Ao fim de cerca de uma hora de excelente música, as poucas pessoas que estavam na plateia levantaram-se aplaudindo o virtuosismo do músico.
Esse meu amigo, cujo caminho não se tem encontrado com o meu há alguns meses, disse-me que também tem um blogue. Ao visitar http://www.dosquatrocaminhos.blogspot.com vi que a música tem um papel de destaque e por isso aqui deixo o link para se deliciarem com excelentes posts.

Caminhos

quinta-feira, novembro 10, 2005

Um dos Gurus

Alhos Vedros, 31.03.98

Caro Prof. Jos Wuytack

Tive o prazer de participar no Curso de Pedagogia Musical que decorreu de 27 a 29.03.98 em Vila Nova da Baronia.
Na viagem de regresso a casa, inspirado nas flores do Alentejo, fui escrevendo este poema que humildemente lhe ofereço, por achar que a energia que o gerou tem muito a ver consigo.
Já pus em prática algumas matérias do excelente método que ensina, com muito boa aceitação por parte das crianças.
Agradeço-lhe sinceramente e felicito-o pela alegria, pelo humor,pelo profissionalismo e pelo amor com que desempenha o seu trabalho.

João Martinho A. C. Rocha


A AWPM foi criada em 1992 e é uma associação cultural sem fins lucrativos, que se destina a divulgar, em Portugal e muitos outros países, os princípios musico-pedagógicos desenvolvidos pelo compositor e pedagogo belga Jos Wuytack. No nosso país tem cerca de 900 associados, na sua maioria professores e estudantes de música .Em awpm@awpm.pt ficará a conhecer um pouco mais sobre esta associação.
O GAC ficava apenas a 150m da casa onde vivi até vir para AV, e naturalmente era a minha 2ª casa.Foi lá que conheci a prof. Natércia, numa espécie de Pré-escolar, na mesma sala onde mais tarde tantos adultos aprenderam a ler e a escrever, e outros se prepararam para fazer exames nacionais como externos. O pavilhão foi erguido nessa altura pelos associados, e durante muitos anos, as paredes em cimento chapado acolheram com frequência as mais variadas actividades:
Bailes, Canto Livre ( o que escapava à censura), colóquios, luta, alterofilismo, badminton, ginástica, basquetebol, andebol, patinagem, ciclismo,etc. Era um ambiente tão pródigo que até eu
aos 17 pertenci à secção cultural.
Depois das duas revoluções (25.04.74 e 25.11.75) senti que a união existente se quebrou, e comecei a assistir, de fora, a uma luta pelo controle da colectividade, entre um grupo mais jovem que se reclamava progressista e os que tinham levantado tudo aquilo com esforço, organização e a ajuda dos outros.
A luta era de tal maneira renhida que um dia, no final de uma assembleia em que os jovens estavam quase a ser eleitos, entraram vários casais de idosos em pijama e chinelos para resolver a votação.

O "Ginásio"

quarta-feira, novembro 09, 2005

CANÇÃO DE ALHOS VEDROS

Ó terra de Alhos Vedros
Teus filhos te vão cantar
Todos juntos e bem unidos
Para melhor te acordar

Alhos Vedros tem Capela antiga
Igreja Matriz e Pelourinho
O Palácio onde o Rei ficou
E onde decidiu o seu caminho

O Poço Mourisco é de todos
o monumento mais antigo
As Salinas e o Moinho de Maré
Ficam no cais, porto de abrigo

De que terra terão vindo
As palmeiras centenárias
Foi da India, ou foi do Brasil
Foi de África ou das Canárias?

Ó terra de Alhos Vedros
Tens de voltar a crescer
Ser igual à tua história
Que não se deve esquecer

02.03.05
(Esta canção foi feita para a turma da prof. Sónia, 4º ano da EB1 AV, onde o tema era o património)

São rimas

O professor entra na sala e diz, "Hoje vão fazer rimas com o vosso nome". "Rimas, o que é isso?" perguntou alguém. "São versos, são rimas, palavras que têm o mesmo som, podemos imaginar, e criar assim é muito bom" e escreveu no quadro. Depois de escolher as melhores frases, os alunos ajudaram o professor a criar uma melodia.
Depois, em casa, ele desenvolveu as melodias e harmonias e criou um refrão com o que tinha escrito no quadro. Estava composta a canção que eles cantariam na Feira de Projectos Educativos, depois de ter sido produzida e gravada pelo professor, e que nós agora podemos ouvir neste blog.

Ouvir Música!

Não faz muito sentido ter um blogue sobre música e não a poder ouvir enquanto o visitamos.
Por isso, neste podemos ouvir 3 leitores . No link Ouvir Música! basta carregar. No link Rocks Recordings há 2, em Sound of Rocks com excertos de temas e em Rui C. com música misturada em sets. Este último leva um pouco mais a carregar porque os temas são grandes.
Aproveite para descobrir vários estilos musicais enquanto nos visita.

terça-feira, novembro 08, 2005

Flowers of winter

The sun is risin'up
Clouds are dark
I think it's gonna rain

But deep in my heart
In my soul
Are flowers of winter.

O som do silêncio

O silêncio pode estar ligado ao medo, ao descanso, à apatia, à introspecção. Quando estamos conscientes dele (e fartos) pode dar origem a sons como zumbidos, como se houvesse uma despressurização da pulsão vocal através dos ouvidos. Quando faz parte da música, torna-se um poderoso aliado dos compositores, dando-lhe significado.
A ausência de silêncio pode estar relacionada com sons musicais ou com ruídos (extroversão, actividade, alegria, raiva, etc). É cada vez mais difusa a fronteira entre som musical e ruído, tendo alguns criadores actuais introduzido nas suas composições, bandas magnéticas, vozes e ruídos do quotidiano.
A primeira vez que me lembro de ouvir o som do silêncio foi quando conheci "A viúva". O meu pai correu a esconder um monte de jornais que tinha debaixo da cama, e ficamos fechados em silêncio a olhar pela fresta da janela, enquanto o meu vizinho Zé Marinheiro era metido dentro de uma carrinha preta por homens de mau semblante.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Huumm...!!!

Estive renitente em contar este episódio mas, como retrata o meio social onde cresci, penso que os leitores me vão desculpar a brejeirice.
Nasci no ano em que nasceu a televisão em Portugal mas só pelos 10 anos pude ter uma em casa.
O rádio a pilhas já lá estava há uns anos e lembro-me da minha mãe ouvir o “quando o telefone toca” e o teatro radiofónico à luz do candeeiro a petróleo.
O café do Tonita ficava a 30 metros e eu estava um dia à tarde , café vazio, a ver uma orquestra sinfónica, talvez pela 1ª vez, que tinha uma solista no violino, que aparecia no ecrã a executar uma peça lenta com montes de vibrato. Nesse momento entra o Caralegre, muito mais velho que eu, que olha para a televisão um momento, vira-se e diz enquanto se afastava: Huumm...! Fazias-me cá uma pívia!...

SOUND OF ROCKS

Sound of Rocks é um projecto musical electro-acústico que procura o seu próprio som numa fusão dos elementos rítmicos, melódicos e harmónicos que mais têm influenciado
os autores e instrumentistas do projecto. O resultado pode-se situar entre o Chill Out,
num registo mais calmo, e o House, misturados com elementos jazzísticos.
Rui C., baixista e JoãOM., pianista , mentores do projecto, têm uma sólida formação e experiência nas áreas da informática e da música ,e têm seguido a evolução das novas formas de compor e produzir música, utilizando as possibilidades tecnológicas mais recentes. Desta observação e troca de conhecimentos nasceram os temas deste 1º CD, completados depois com a participação de solistas (Mr. Codfish na flauta, Paulo Lopes nos saxofones, Rui Pais na guitarra) . As misturas finais foram feitas por Rui C. cuja experiência como DJ garantiu a aproximação a uma sonoridade actual .
Num mercado cada vez mais saturado onde só o bom gosto e a qualidade pode ser premiada, o ouvinte é convidado a redescobrir o som primordial da música neste Sound of Rocks.

Rocks Recordings uma nova Editora

Apostando nos novos estilos da música electrónica que não são editados em Portugal, como Chill Out, Dub , Ambient , House Jazz, e outros por inventar, a Rocks Recordings
pretende dinamizar este nicho de mercado com a concretização e oferta de projectos de qualidade. Na sua 1ª edição apresenta um trabalho de originais do grupo Sound of Rocks que promete animar e diversificar o panorama da música electrónica nacional. No site www.RocksRecordings.com já é possível a audição de alguns excertos deste trabalho.

domingo, novembro 06, 2005

Grupo Musical APOLLO SE7E

Em actividade há mais de 35 anos, este grupo continua a animar todo o tipo de festas. Aqui os vemos no carnaval da SFRUA em 2004. Já este ano, participaram também nas festas de AV.
Numa parceria com vários agentes artísticos, este grupo tem como principal actividade tocar em festas de verão por todo o país. Com um equipamento sonoro de qualidade, luzes e fumos, e a experiência musical dos seus elementos
( Vitor Batista baixo, Paulo Anjos bateria, Nelson Manuel voz, jm teclados e Zé francisco guitarra)
têm levado o calor da sua música a centenas de localidades do nosso país.

Audição e audiação

É sabido que quando duas pessoas ouvem música, ou observam uma pintura, não assimilam
os mesmos elementos . A forma como se apreendem esses elementos está relacionada com o nosso conhecimento e experiência sobre cada arte. Um leigo ouvirá apenas música e verá uma pintura apreciando o que provocam em si. Um músico e um pintor, para além disso, poderão reconhecer aspectos técnicos e de composição, estrutura,etc. que lhe permitem ter uma apreciação com significado.

" A música não é uma linguagem porque não possui uma gramática nem partes de discurso. No entanto, possui uma sintaxe, que é a razão pela qual aprendemos uma ordem lógica nos sons. O significado é atribuido à música através da sintaxe. Para apreendermos a sintaxe de uma peça de música temos de audiar a sua organização e estrutura... ... a forma, o estilo, a harmonia, as modulações, a dinâmica e o timbre. Sem a capacidade de audiar é difícil para os ouvintes distinguir sequências, repetições ou contrastes na música e não discernirão a sua forma global.
Quanto mais formas de audiar a sintaxe na música possuir quem a ouve, maior será a sua compreensão musical e maior, claro, será a sua aptidão musical global."
Edwin Gordon "Teoria da aprendizagem musical para recém-nascidos e crianças em idade pré- escolar"

Pequenos Cantores de Alhos Vedros


Este CD envolve cerca de 400 crianças, do pré-escolar ao 4º ano das escolas básicas. São 23 canções de igual nº de turmas, que ilustra o trabalho desenvolvido no ano escolar de 2003/2004.

sábado, novembro 05, 2005

Digam lá se não havia de haver mais


O grupo de jazz Codfish & Friends em plena actuação no coreto da Praça da República em
Alhos Vedros em Agosto de 2004. (foto cedida por Estiveira)

Retrato 2

Só no liceu dos Casquilhos conheci o Jorge Madeira que foi a 1ª pessoa a ter a paciência de me ensinar algumas posições para fazer acordes na guitarra e que me iniciou musicalmente.
O 25 de Abril e o canto livre passou todo pelo GAC da BB e eu assisti e fui aprendendo ouvindo
e imitando sempre como autodidacta. Só com 24 anos, já casado e com 1 filho comprei a minha 1ª guitarra. Até aos 37, e enquanto trabalhava na fábrica, troquei a guitarra pelo piano por causa do saudoso Sidónio que tocava guitarra e com quem formei o grupo Safira. Daí para cá sempre toquei em grupos musicais. Entrei no Conservatório para piano , estudei Pedagogia Musical, harmonia na Escola de Jazz, ensinei quase uma década.

Retrato

Os meus pais contam que, em pequeno, eu cantava algumas canções sem qualquer pudor para quem quisesse ouvir. Isto pode parecer banal, pois todas as crianças cantam naturalmente nalgumas ocasiões, mas quando aos 9 anos, os Beatles no auge, formei a minha 1ª banda (duas tábuas cortadas à medida,pregos e cordas de nylon faziam de guitarras e 3 latas de tinta e dois paus faziam a bateria, com que eu, o Zé Gordo e o Alentejano, fazíamos grandes concertos frente à varanda da Teresa) declarou-se em mim uma tendência que até hoje me tem acompanhado.

(continua)

sexta-feira, novembro 04, 2005

Retrato1

Para além do Hino Nacional e da música de abertura das emissões da Telescola, só no Liceu Nacional de Setúbal, secção do Barreiro, já com 13 anos, tive a disciplina de Canto Coral. Era uma
professora velhota que insistia em ensinar solfejo. Ficava sentada a baloiçar os braços em cruz, e a fazer uma espécie de reza que nos queria ensinar, enquanto lá atrás eu e outros atirávamos as pautas feitas em aviões do 2º andar da que é agora Mendonça Furtado. Ouvi falar de um professor dessa mesma escola que era o Padre Fanhais , levava a guitarra para as aulas e cantava com os alunos, gostava de ter sido aluno dele.
Nessa altura uma guitarra custava quase metade do ordenado mensal do meu pai e ele chamou-me maluco quando disse que gostava de ter uma.

(continua)

sorry for being musician