quinta-feira, novembro 10, 2005

O GAC ficava apenas a 150m da casa onde vivi até vir para AV, e naturalmente era a minha 2ª casa.Foi lá que conheci a prof. Natércia, numa espécie de Pré-escolar, na mesma sala onde mais tarde tantos adultos aprenderam a ler e a escrever, e outros se prepararam para fazer exames nacionais como externos. O pavilhão foi erguido nessa altura pelos associados, e durante muitos anos, as paredes em cimento chapado acolheram com frequência as mais variadas actividades:
Bailes, Canto Livre ( o que escapava à censura), colóquios, luta, alterofilismo, badminton, ginástica, basquetebol, andebol, patinagem, ciclismo,etc. Era um ambiente tão pródigo que até eu
aos 17 pertenci à secção cultural.
Depois das duas revoluções (25.04.74 e 25.11.75) senti que a união existente se quebrou, e comecei a assistir, de fora, a uma luta pelo controle da colectividade, entre um grupo mais jovem que se reclamava progressista e os que tinham levantado tudo aquilo com esforço, organização e a ajuda dos outros.
A luta era de tal maneira renhida que um dia, no final de uma assembleia em que os jovens estavam quase a ser eleitos, entraram vários casais de idosos em pijama e chinelos para resolver a votação.