A 1ª comunhão
Era um domingo em que o sol aquecia as margens do estuário. Os três amigos passeavam pelas ruas da localidade que já pedia para ser vila. Nas suas melhores roupas, sentaram-se ao sol nas escadas da igreja cujo padroeiro é S. José Operário. Os sinos tocavam e as pessoas bem vestidas entravam." Vamos à missa?","Oi! Deixa-te disso","Por mim, tudo bem". Calaram-se de repente, olharam uns para os outros e desataram a rir de felicidade. Falaram de banalidades durante mais um bocado e levantando-se, foram entrando. Sentaram-se no banco mais distante do altar no momento em que os crentes faziam uma fila para tomar a hóstia. "Vamos também?", "Ai,ai!...","'Bora". Colocaram-se na fila e, quando chegou a sua vez, ajoelharam-se e esticaram um pouco a língua para que o padre colocasse uma rodela branca, sólida e fina, que se desfazia lentamente com a saliva. Caminharam para o lado e encostaram-se à parede, enquanto o fumo que saía dos utensílios de prata criava um ambiente místico. "Sinto-me tonto", "Oi!O que é isso?", "Vamos embora". As pernas fraquejavam enquanto, calmamente, os amigos o seguravam por debaixo dos braços e saíam para a rua. Sentaram-se no mesmo sítio onde estavam, olharam uns para os outros e começaram, primeiro os dois, e depois os três, a rir
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