segunda-feira, novembro 27, 2006

Neologismo de amor

Vou contar-te um segredo!
No coração dos homens, ao lado do vazio que só Deus preenche
Há sempre um outro vazio
Onde dorme uma caixinha
Que não é para toda a gente…
É só para alguém que pela Sua graça
Entra na história da nossa vida
E a cada dia se faz presente.
A minha é de cartão, como simples é o meu viver.
Vou pô-la na tua mão e peço-te que a abras
Não queres ver?Ainda não tem nada…
Agora pega no doce e no salgado, no amanhecer e no entardecer.
Na fé, na coragem, na esperança e até na alegria de viver!
Junta-lhes música e mais música, o riso o contentamento, a alegria e a euforia…
O amor, o carinho, a paixão e o desejo ardente de um querer que acontece sem querer!
Junta-lhes também algumas lágrimas comovidas, a saudade e a meiguice…
Mistura-lhes a honra, a fidelidade, a compreensão e muitas outras palavras lindas que ainda não te disse…
Fecha tudo lá dentro e descansa!
E enquanto descansas, chocalha-a!
E enquanto descansas, regozija-te!
Porque os montes são mais verdes, os vales já não são tão fundos e os rios correm mais depressa!
E no teu descanso louva, porque é o teu descanso que vira e chocalha esta caixinha de cartão que está quase a ser baú.
Chocalha-a e pula, chocalha-a e salta, chocalha-a e sente!
Porque sempre que uma leve brisa empurra uma tempestade, é porque notas soltas de um cântico sentido operaram um milagre.
Abre-a com o teu coração, depressa!
O que vês na arca do tesouro? Não é prata, nem é ouro, não são diamantes nem rubis!
É apenas uma palavra nova, que tu fizeste, que não existe em língua alguma, ou dialecto, porque além de mim, mais ninguém a diz!
Mas essa é a única palavra que pode expressar tudo o que sinto por ti, por essa beleza que é só tua e me deixa tão feliz.

Daniela Mann em Amar-Ela