quinta-feira, novembro 30, 2006

terça-feira, novembro 28, 2006

Arraial à Portuguesa


Até a Velhinha sofre.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Neologismo de amor

Vou contar-te um segredo!
No coração dos homens, ao lado do vazio que só Deus preenche
Há sempre um outro vazio
Onde dorme uma caixinha
Que não é para toda a gente…
É só para alguém que pela Sua graça
Entra na história da nossa vida
E a cada dia se faz presente.
A minha é de cartão, como simples é o meu viver.
Vou pô-la na tua mão e peço-te que a abras
Não queres ver?Ainda não tem nada…
Agora pega no doce e no salgado, no amanhecer e no entardecer.
Na fé, na coragem, na esperança e até na alegria de viver!
Junta-lhes música e mais música, o riso o contentamento, a alegria e a euforia…
O amor, o carinho, a paixão e o desejo ardente de um querer que acontece sem querer!
Junta-lhes também algumas lágrimas comovidas, a saudade e a meiguice…
Mistura-lhes a honra, a fidelidade, a compreensão e muitas outras palavras lindas que ainda não te disse…
Fecha tudo lá dentro e descansa!
E enquanto descansas, chocalha-a!
E enquanto descansas, regozija-te!
Porque os montes são mais verdes, os vales já não são tão fundos e os rios correm mais depressa!
E no teu descanso louva, porque é o teu descanso que vira e chocalha esta caixinha de cartão que está quase a ser baú.
Chocalha-a e pula, chocalha-a e salta, chocalha-a e sente!
Porque sempre que uma leve brisa empurra uma tempestade, é porque notas soltas de um cântico sentido operaram um milagre.
Abre-a com o teu coração, depressa!
O que vês na arca do tesouro? Não é prata, nem é ouro, não são diamantes nem rubis!
É apenas uma palavra nova, que tu fizeste, que não existe em língua alguma, ou dialecto, porque além de mim, mais ninguém a diz!
Mas essa é a única palavra que pode expressar tudo o que sinto por ti, por essa beleza que é só tua e me deixa tão feliz.

Daniela Mann em Amar-Ela

sexta-feira, novembro 24, 2006

Energias Renováveis


A sociedade dos nossos dias ainda depende em grande percentagem de recursos energéticos não renováveis como o petróleo, o carvão e o gás natural, aos quais se prevê um prazo de esgotamento se for mantido o nível de consumo actual. Por isso assistimos a um aumento da eficiência das máquinas e à substituição progressiva das energias dos combustíveis fósseis por energias renováveis.
As principais fontes que geram energias renováveis são o sol (energia solar), a matéria orgãnica de origem animal e vegetal (biomassa), os rios (energia eléctrica e mecânica), o calor que existe no interior da Terra (energia geotérmica), o movimento das marés, das correntes, a energia das ondas (energias provenientes do mar) e a força dos ventos (energia eólica).
As principais vantagens das energias renováveis são a sua grande abundância (sem ser explorada), a sua inesgotabilidade e o facto de terem poucos efeitos negativos sobre o ambiente.
A preocupação com os desequilíbrios ambientais, cujas previsões futuras apontam para resultados catastróficos, faz com que as empresas e a sociedade em geral optem cada vez mais por tecnologias disponíveis que aplicam essas novas energias, com a consciência de estarmos a contribuir para um mundo mais saudável e equilibrado.

terça-feira, novembro 21, 2006

A Missão de Portugal (continuação)

O velho ergeu o punho com um ar ameaçador. Os seus cabelos em desalinho e o tom agressivo da sua voz faziam lembrar a figura do Velho do Restelo. "De certeza que os sentimentos que o animam são os mesmos que verdadeiramente estavam por detrás dos descobrimentos. A sede de mais poder e mais riqueza já cegou muita gente!"
A velhota puxou da sua carteira, tirou duas moedas, e ao entregá-las ao homem do chapéu de palha disse :
"Não vejo mal nenhum em querer ter poder e riqueza. O que é importante é não perder a sua própria identidade, não se transformar naquilo que nunca poderá ser. Não ser controlado por desejos fúteis, mas sim por aqueles que mais profundamente ardem dentro do peito."
"Ora até que enfim que ouço alguém com um discurso sensato. Esta senhora ainda não destapou o frasquinho mas, apenas pela sua posse, já se nota a sabedoria nas suas palavras."
"Mas você acredita mesmo nessa coisa dos portugueses terem uma missão a cumprir no mundo?"
O homem dos frasquinhos fechou os olhos por um momento e depois olhou para o céu antes de começar a falar, como se procurasse inspiração para explicar algo que talvez não compreendesse muito bem.
"A história repete-se meu amigo. Temos portanto que estar bem atentos e preparados para saber reconhecer em cada momento o caminho a seguir. E, se naqueles tempos era necessário descobrir o exterior para completar os mapas e ligar o ocidente com o oriente, é hoje ainda necessário unir o norte com o sul e o exterior com o interior, até que todos os homens reconheçam o valor de todas as confluências, o nada que é tudo."
Uma jovem lindíssima de pele morena e olhos verdes pegou numa das peças, mirou-a enquanto a rodava entre os dedos, e de repente, quase num movimento precipitado, destapou-a, inspirou levemente pelas narinas e ofereceu aos seus colegas dizendo: "Vejam só que belo aroma. Além de bonitos estes frascos contêm um perfume delicioso."
O vendedor de orgulho olhava para eles calmamente de braços cruzados, um sorriso divertido estampava-se-lhe no rosto.
"Qual é o preço?" perguntou um jovem de cabelo encaracolado e jeans rotos. "É o que quiserem dar". "E se não quisermos dar nada?" desafiou o jovem. "Isso é convosco. O orgulho não tem preço."
O jovem açambarcou três ou quatro frasquinhos, destapou um e guardou os outros no bolso da camisa. O polícia aproximou-se dele e quis cheirar também. Deu uma gargalhada antes de inalar sôfregamente o delicioso filtro. A senhora idosa destapou também o seu frasco e verificou que, apesar de não conter qualquer espécie de líquido, exalava um odor adocicado muito agradável.
"Orgulho-me muito de todos vós." Disse o homem que vendia orgulho. "A nossa curiosidade pelo desconhecido e a nossa capacidade de sonhar são as forças que impelem todas as nossas missões."
Um dos jovens tirou uma guitarra do saco e dedilhou uma ária medieval. Alguém começou a entoar uma melodia de fado que se transformou rápidamente num coro, chamando a atenção dos curiosos que paravam para apreciar a cena.
Já não havia mais frascos em cima da manta e o homem do orgulho cantava orgulhosamente. Depois os jovens fizeram-lhe um convite: "Gostávamos que viesse almoçar connosco."
O homem dobrou a manta, olhou à sua volta e viu a velhota ainda a bater o pé na cadência da música. "Bem, vou andando." Disse ela, e abalou por cima do passeio quase com um jeito de dança. O velho seguiu-a sem dizer nada e sem olhar para ninguém.
O homem que vendia orgulho virou-se para os jovens e disse : "Então? Vamos?" E lá foram à procura de uma tasca onde certamente iriam comer uns pastéis de bacalhau e beber uns copos de vinho enquanto falavam de velhas histórias de marinheiros.
O polícia seguiu devagar pela rua abaixo a pensar em toda aquela gente enquanto assobiava baixinho o hino nacional.

Do livro de contos "Sonhos" Colectânea de Autores de Alhos Vedros, Edições CACAV 1999

domingo, novembro 19, 2006

A Missão de Portugal

Naquela manhã o sol ia alternando com as nuvens, aquecendo as ruas e as casas que limitam a Feira da Ladra. As pessoas circulavam e algumas paravam, observando os artigos de ocasião que se espalhavam por ali.
Um homem alto e saudável, de chapéu de palha, apregoava alto com uma voz sonora: "Vende-se orgulho! Vende-se orgulho!". Junto a si tinha uma manta estendida no chão com dezenas de frasquinhos pintados de várias cores e tonalidades. Uma pequena rolha de cortiça tapava cada um deles.
Um grupo de jovens parou junto a ele e aproximaram-se observando atentamente as pinturas expostas nos pequenos frascos. Pelos seus comentários deviam ser estudantes de pintura e mostravam-se admirados com a mistura de cores e com as técnicas utilizadas nas composições decorativas.
Uma senhora idosa aproximou-se e perguntou apontando para baixo: "Quanto custa cada frasquinho?"
"A senhora dá o que quiser, freguesa" Disse o homem.
Um polícia chegou devagar observando curiosamente a senhora que escolhia criteriosamente um dos frasquinhos. Depois de se decidir por um em tons esverdeados, a senhora levantou-o em direcção à luz do sol e, agitando-o perguntou ao homem: "Mas isto não tem nada cá dentro!?
"Desculpe minha senhora mas isso não é verdade. Este frasco está cheio do melhor orgulho que um português pode ter! E diga-me a senhora, já alguma vez sentiu orgulho de ser pertencente a este pequeno grande país?"
"Concerteza que sim, ora essa! Olhe, por exemplo quando a Rosinha ganhou aquela medalha de ouro lá no estrangeiro, até me vieram as lágrimas aos olhos. E temos ficado muitas vezes em primeiro lugar nos "Jogos Sem Fronteiras". Só fico triste é por não conseguirmos fazer novelas como as brasileiras".
Um velho que tomava atenção à conversa interveio nesse momento dizendo: "Balelas, só balelas! Essa conversa do orgulho é uma treta! Orgulho de quê? De sermos dos países mais atrasados e com menos nível de vida na Europa? Do nosso analfabetismo? Da nossa miscelânea racial? Ó amigo, e apontava para o vendedor de orgulho, o senhor safava-se melhor a vender "bufas de americanos".
Os jovens riram-se em coro e até o polícia deu uma gargalhada divertido com a conversa, enquanto o vendedor olhava muito espantado para o velhote. De repente ele baixou-se e começou a procurar qualquer coisa dentro de um saco, donde retirou um frasco maior que os outros, pintado de cores douradas e brilhantes. Exibiu o frasco frente aos outros e o seu semblante mostrava uma satisfação contagiante.
"Aqui dentro deste frasco guardaram os meus antepassados, sucessivamente, o enorme potencial que essas gerações de audaciosos marinheiros foram acumulando no regresso de cada uma das suas viagens. Era uma prática comum entre os homens do povo, aqueles que pouco mais ganhavam que o seu sentimento de liberdade, em fazerem os relatos das suas viagens, entre amigos e em frente a frasquinhos como estes, que depois de tapados eram religiosamente guardados e passavam de geração em geração como relíquias familiares. Sendo eu um descendente de uma antiga família de marinheiros, ao ter conhecimento desta herança resolvi partilhá-la com aqueles que se mostrassem interessados".
O polícia riu-se novamente e disse: " Então se esses frasquinhos são tão importantes para si, porque razão não os guarda?"
Com um ar sério o homem rebuscou novamente dentro do saco e tirou um velho pergaminho com as margens já gastas pelo tempo. Desdobrou-o e mostrou-o a toda a gente. Em letras medievais lia-se claramente: "A Missão de Portugal".

(continua)

sexta-feira, novembro 17, 2006

"Guerreiros Espirituais"


Se já é difícil compreender a atitude de alguém que se faz explodir para ceifar algumas vidas junto com a sua (embora o acto tenha um significado muito mais profundo), é ainda mais desconcertante que alguém, descontente com as injustiças originadas pelo seu próprio país, planeie conscientemente o seu suicídio, deixando escritas notas e o seu obituário na sua página na net, e finalmente imolando-se pelo fogo em público.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Gostar de Ti

Gostar de mim para gostar de ti
Aqui tens esta canção
O princípio e o fim estão aqui
Retratados pela minha mão

Trago no peito o desejo
Na boca levo a palavra e o canto
Nos olhos tenho um beijo
No coração levo todo o teu encanto.
As minhas mãos são carícias
Os meus braços são prisão
Meu tronco dá-te delícias
A cabeça dá-te sedução.
Meus pés caminham por aí
As pernas já sem cansaço
O espírito livre e solto
Em tudo aquilo que faço.

Gostar de ti para gostar de mim
Toma lá esta canção
O princípio e o fim estão aqui
Retratados pela minha mão.


(Dedicado à Lena)

sábado, novembro 11, 2006

Passion

sexta-feira, novembro 10, 2006

Boridóhm



Timm , tomm , aridáa ...
Timm , tomm , aridée ...

Duu, duu , didiridáa
Duu, duu , badaridae
Cum, cam , didarété
Dudari, dari , ummhh ...

Cam, cum , boridóhm
Dim, dum , inhovarii
Cam, cam , vinijoioy
Dutéri , téri , ummhh ...

sábado, novembro 04, 2006